NÃO SE DEIXE ENGANAR

Depois de conhecermos o Senhor, nossa vida muda. Algo que começa a surgir é a sensação de objetivo, de sentido para vida, a certeza de que não estamos aqui a passeio, mas por uma razão bem específica. É nessa ora que a gente percebe quanto tempo perdeu! Depois começamos a ver as pessoas de uma maneira diferente.
Aquilo que tanto procuramos e encontramos é exatamente o que todo mundo está procurando, mas no lugar errado. Uns se afundam nas drogas, iludidos com a alegria de uma viagem; outros se jogam numa vidinha de prazeres de fim de semana. Outros simplesmente vão levando a coisa, como se tudo estivesse bem e como se aquele vazio no seu interior não fosse importante. A situação dessas pessoas começa a nos incomodar, a tirar-nos o sossego e, às vezes, as noites de sono. Quanto mais conhecemos e amamos o Senhor, mas nos dói ver o quanto as pessoas que conhecemos precisam dEle. E não só isso: Quando se descobre que Deus precisa do homem que Ele criou, então bate um desespero maior ainda.
Isso é muito bom e é isso que deve acontecer. Só que por vezes o jovem cristão pode cair numa armadilha, especialmente se foi criado em um lar cristão ou se conheceu o Senhor muito cedo ou nunca se afundou muito no mundo. Quando ele começa a ter contato com essas pessoas, vai perceber que algumas delas, aquelas que têm uma vida do tipo entrada-garantida-no-inferno, não são infelizes. Elas aprontam, fazem e acontecem, contam tudo para todos e todo mundo considera isso uma vida feliz.
Feliz e infeliz não estão entre aspas porque a felicidade dessas pessoas parece ser verdadeira. Nós sabemos que é falsa e temporária, mas elas não sabem e são muito convincentes em sua aparência feliz e satisfeita. Outras vivem de modas, ídolos modernos, som que rola nas FMs da vida, cinemas e namorados, tudo aquilo que nos ensinaram que é pecado, e estão muitíssimos satisfeitos. E para piorar tudo, o jovem cristão percebe que dentro dele, em algum lugar, tem algo que também "gosta"daquelas coisas ou que gostaria de conhecê-las. Ele sabe que aquilo não vai lhe trazer nada além de nada, mas parece haver um apelo interior para tentar - sem falar dos comentários dos colegas: "aproveita a vida, você é jovem ainda", "esse papo de Deus e de religião é coisa pra velho, eu quero mais é viver a vida", "ah! tá todo mundo fazendo, qual é o problema de você fazer também?"
O caso é complicado e muitos acabam se envolvendo com o mundo e, até mesmo, caindo em situações graves de pecado. Por um instante, voltaram-se do Senhor, o único que é real, para as coisas vazias, mas com uma aparência convincentemente real, e foram enganados por elas. Essa é a história de muitos cristãos, e não somente dos jovens. Parece que havia algo no seu interior não devidamente resolvido, que estava hibernando, só esperando o momento certo de colocar as garras de fora e reivindicar seu lugar.
Que fazer? Em primeiro lugar, não resolve nada tentarmos nos convencer de que o mundo é feio e horroroso (se fosse assim, ninguém estaria lá) e de que tudo o que as pessoas experimentam lá é falso (pergunte se elas acham isso e lhe responderão exatamente o contrário). Quanto mais pensarmos no mundo, mais vamos ser atraídos por ele e concluir que, talvez, em uma ou outra coisa pelo menos, ele não é tão ruim.

Não nos preocupemos com o que é falso, mas com o Verdadeiro. Quanto mais você experimentar o Senhor, quanto mais desfrutar que Ele realmente preenche seu vazio, quanto mais conhecê-Lo, mais preparado estará para enfrentar argumentos em contrário ou sorrisos aparentes ou alegria forjada. Não tente convencer os outros de que o mundo é um monstro, mas mostre-lhes por aquilo que você tem vivido (não pelo que ouvir dizer) que o Senhor é maravilhoso. Aquele que um dia deu sentido à sua vida continua bem vivo em você, e tem-lhe revelado Sua vontade de modo que sua vida tem propósito e meta bem definidos. Viva intensamente o que você quer que os outros vivam. Não há coração duro que resista!
Pastor Silvino Castro

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