HANSENÍASE! PARA ERRADICÁ-LA É PRECISO, ANTES DE TUDO, INFORMAÇÃO.

No próximo dia 22 de Janeiro é o dia Mundial de Combate a Hanseníase. A data foi criada para conscientizar a todos, informando sobre a enfermidade, seu tratamento e prevenção. Mas afinal , você sabe o que é? Por esse nome talvez não, mas tudo fica um pouco mais claro quando a definimos com um nome o qual todos estão mais familiarizados. A Lepra.

Hanseníase, lepra, morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae (também conhecida como bacilo-de-hansen) que causa danos severos a nervos e à pele. A denominação hanseníase deve-se ao descobridor do microrganismo causador da doença, Dr. Gerhard Hansen em Foi descoberta em 1873. Entretanto, esta é uma das doenças mais antigas já registradas na literatura, com casos na China, Egito e Índia, antes de Cristo.

A hanseníase é uma doença contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra. É eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar, tossir ou beijar, mas é muito pouco provável a cada contato (Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente). Quase sempre ocorrem entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos que dormem num mesmo quarto. Demora de dois a seis anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas. A incubação da enfermidade se dá por vários anos o que explica por que a doença se desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em crianças é indicativa de um alto índice da doença em uma região). O portador de hanseníase apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico. Pode atingir crianças, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso e prolongado com o bacilo, embora estima-se que Noventa por cento (90%) da população exposta à bactéria tem resistência ao bacilo de Hansen (M. leprae), causador da hanseníase, e conseguem controlar a infecção sem sintomas. Porém países com maiores incidência são os menos desenvolvidos ou com condições precárias de higiene e superpopulação. Em 2011, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 33 mil casos da doença. A doença é curável, mas se não tratada pode ser preocupante podendo causar incapacidade ou deformidades quando não tratada ou tratada tardiamente. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, e há várias campanhas para a erradicação na doença. O tratamento geralmente é fornecido por sistemas públicos de saúde (como o brasileiro Sistema Único de Saúde).

Sinais e Sintomas.


Essa bactéria, assim como o da tuberculose, é bastante lenta para se reproduzir a ponto de causar sintomas, de modo que o tempo de incubação após a infecção é de 2 a 6 anos.
A lepra indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha. A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável, o que acontece na maior parte dos casos. Apenas 25% dos casos evoluem para outras formas.
Porém  pode evoluir para lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente. A lepra pode adotar também vários cursos intermediários entre estes dois tipos de lepra, sendo então denominada lepra dimorfa.
Um dos primeiros efeitos da hanseníase, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local. Surgem manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha. A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos), ou evoluir para um estágio mais grave.

Hanseníase Tuberculóide


Forma mais leve da doença. A pessoa tem apenas uma ou poucas manchas pálidas na pele. Ocorre quando a patologia é paucibacilar (com poucos bacilos), ou seja, não contagiosa. Alterações nos nervos próximos à lesão, podem causar dor, fraqueza e atrofia muscular.

Hanseníase Limítrofe ou Borderline.

 

É a forma mais comum, um tipo intermediário entre boa e má resposta imune. Há mais manchas na pele e cobrindo áreas mais extensas, em alguns casos é difícil precisar onde começa e onde termina. As lesões na pele  assemelham às da lepra tuberculoide, mas são mais numerosos e irregulares. Grandes manchas podem afetar um membro inteiro e ocorrem progressiva fraqueza e perda de sensibilidade nos pés, mãos e rosto. Este tipo é mais instável e pode reverter para a tuberculóide (item anterior) ou evoluir para a forma mais grave como veremos adiante.

Hanseníase Virchowiana.

 

Forma grave da doença, e contagiosa. Acontece nos casos em que os pacientes têm pouca defesa imunitária contra o bacilo. Ocorrem lesões simétricas de pele, nódulos, placas, espessamento da derme, congestão nasal com sangramento os inchaços são generalizados e há erupções cutâneas, dormência e fraqueza muscular e queda dos pelos de sobrancelhas e cílios. Mãos , pés, rosto, Nariz, rins, glúteos e órgãos reprodutivos masculinos também podem ser afetados causando deformações cada vez mais graves, frequentemente requerendo amputações de dedos.

TRANSMISSÃO E EPIDEMIOLOGIA

 

Além do homem, outros animais de que se tem notícia de serem susceptíveis à lepra são algumas espécies de macacos, coelhos, ratos e o tatu. Este último pode servir de reservatório e há casos comprovados no sul dos Estados Unidos de transmissão por ele. Contudo a maioria dos casos é de transmissão entre seres humanos por contato íntimo prolongado.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) referencia 91 países afetados: a Índia, a Birmânia, o Nepal totalizam 70% dos casos em 2000. Em 2002, 763.917 novos casos foram detectados: o Brasil, Madagáscar, Moçambique, a Tanzânia e o Nepal representam então 90% dos casos de lepra. Estima-se que seja entre 2 e 3 milhões o número de pessoas severamente incapacitadas pela lepra em todo o mundo. Até 2015 o Brasil registrou cerca de 30 mil novos casos por ano, uma média de 15 pessoas contaminadas a cada 100 mil habitantes, o Brasil é o único país do mundo que ainda não alcançou sua meta para erradicar a doença. Dessa forma, também acaba prejudicando os países vizinhos no trabalho de erradicação.

DIAGNÓSTICO


O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. O exame identifica se a hanseníase é paucibacilar, com pouco ou nenhum bacilo; ou multibacilar, com muitos bacilos.
É importante lembrar que a hanseníase é uma doença totalmente curável, e não há motivo para preconceito. É importante ficar atento aos sinais e procurar o dermatologista, ele prescreverá o tratamento adequado.

TRATAMENTO


O Tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Antibióticos são usados para tratar as infecções, mas o tratamento completo é em longo prazo. Nas formas mais brandas (paucibacilar) demora em torno de seis meses, já nas formas mais graves (multibacilar) o tempo é de um ano ou mais.
Há alguns medicamentos específicos e combinações que são prescritas pelo médico. Alguns não podem ser tomados por grávidas, por isso avise o médico em caso de gravidez.
É fundamental seguir o tratamento, pois é eficaz e permite a cura da doença, caso não seja interrompido. A primeira dose do medicamento já garante que a hanseníase não será transmitida.
Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.

PREVENÇÃO


A melhor forma de prevenir a doença é mantendo o sistema imunológico eficiente. Ter boa alimentação, praticar atividade física, manter condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a doença longe, pois, caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la.

Outra dica importante é convencer os familiares e pessoas próximas a um doente a procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família. Dessa forma, a doença não será transmitida nem pela família nem pelos parentes próximos e amigos.
Se você tem alguma suspeita ou apresenta algum dos sintomas descritos, não perca tempo, procure já uma unidade de Saúde mais próxima.  E se conhece alguém que possua esses sintomas ofereça apoio, seja discreto e oriente-o  a procurar uma unidade do Sistema Único de Saúde mais próximo.

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Fontes:

http://www.sbd.org.br/doenca/hanseniase/

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