ESVAZIAR-SE E HUMILHAR-SE

Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fp 2:5).
O desejo de Deus desde o princípio foi dispensar Sua vida ao homem. Por isso o colocou no jardim do Éden, repleto de árvores para sua sobrevivência física e no meio do jardim se encontrava a árvore da vida (Gn 2:8-9). Deus queria que o homem se alimentasse voluntariamente de seu fruto, porque, assim, a Sua vida entraria nele. Contudo a serpente enganou Eva, que, alimentando-se da árvore do conhecimento do bem e do mal, recebeu a morte como fruto da autoridade clandestina de Satanás (Rm 5:12).
Mas Deus não desistiu! Durante todo registro dos livros do Antigo Testamento, vemos Deus resgatando o homem, porém este sempre se desviava, de forma que a violência se espalhava e não havia um justo sequer na terra (Rm 3:10-12). Mas, quando chegou o Novo Testamento, Deus se mostrou novamente misericordioso com o homem e revelou a todos o Seu mistério, que estivera oculto em todo tempo e por todas as gerações: Cristo (Cl 1:26-27). Por meio de Jesus Cristo, Deus poderia cumprir Seu desejo original e dispensar para dentro do homem a Sua vida. Essa é a esperança da glória! O homem sozinho não é capaz de se reformar, mas a vida de Deus dentro dele é capaz de operar todo tipo de transformação!
Vemos em Filipenses 2 que Jesus, mesmo sendo Deus, não julgou como usurpação o fato de ser igual a Deus, “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (vs. 7-8). Jesus veio em forma de servo, não veio para ser servido, mas para servir o homem (Mc 10:45). Para isso, Ele se esvaziou e se humilhou, tornando-se obediente até a morte. Esse também é o caminho que devemos tomar.


Ele tinha capacidade de viver como homem fazendo a Sua própria vontade, mas nunca agiu assim (Jo 5:30; 6:38). Mesmo diante do Seu maior momento de dor, ainda assim se submeteu ao Pai: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26:39b). Depois desse viver de negar a Si mesmo e tomar a cruz, Jesus venceu! Ao terceiro dia foi ressuscitado por Deus, que disse: “Tu és o meu Filho, eu, hoje, te gerei”. Essas palavras estão registradas em Salmos 2:7, Atos 13:33, Hebreus 1:5 e 5:5. Jesus, em Sua deidade, já era o Filho unigênito; mas, como homem, pela primeira vez na história, um ser humano foi gerado Filho de Deus, tornando-Se o primogênito entre muitos irmãos (Jo 1:18; Rm 8:29). A partir desse momento, Ele foi exaltado por Deus.
Apesar de estarmos numa condição tão caída, Deus enviou Seu filho para morrer e dar Sua vida a cada um de nós. Jesus é o nosso maior modelo, e, ao tomarmos o mesmo caminho que Ele tomou, nos encheremos da vida de Deus e O expressaremos por meio de nossas virtudes. Nós não merecíamos isso, mas a misericórdia nos alcançou.
Pastor Silvino Castro 

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